sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Jagunços e cangaceiros: o papel deste movimento político no Nordeste





Jagunços: nome que se dá, no Nordeste brasileiro, ao indivíduo que prestava ao trabalho para militar de proteção e segurança às lideranças políticas.
Na Bahia o líder dos jagunços Horácio de Matos construiu um governo paralelo ao da capital, envolvendo-se em diversas guerras pelo poder no começo do século XX, sob seu comando um pelotão de jagunços, denominados Batalhão Patriótico Chapada Diamantino veio perseguir e derrotar a Coluna Prestes.
Os jagunços eram criação dos chefes políticos. Desde a monarquia e depois dela, com a república, veio a ser necessário a garantia daquele chefe, que se tornava mais respeitado  pela gentalha e mais desejados pelos governantes.
O jagunço buscava a proteção contra a justiça junto a um chefe político, para quem passava a prestar serviços de peão (plantações e lidar com o gado, entre outras atividades).
No século XIX, diversos relatos demonstram o uso dessas forças particulares nos sertões onde, especialmente pelas grandes distâncias ermas, não alcançavam as forças regulares e estruturas estatais.
De 1880 é o relato do Dr. Teodoro Sampaia, registrando os distúrbios existentes ao largo de diversas comunidades do Rio São Francisco, pelo jagunço Neco.
O jagunço e a quantidade deles à disposição dos chefes políticos era símbolo de status. Muitas vezes, o seu uso prestava-se a auxiliar as mau preparadas e insuficientes forças policiais do Estado.
Uma crise provocada pela proclamação da República, termo largamente utilizado pelo país para definir erroneamente os seguidores de Antonio Conselheiro (1828 – 1897), líder místico da Guerra de Canudos.
Dentre os jagunços que procederam ao comando das batalhas, ao lado dos sertanejos,alguns faziam diretamente a segurança do conselheiro.

O cangaço
Foi um fenômeno ocorrido no Nordeste brasileiro de meados do século XIX ao início do século XX. O cangaço tem suas origens em questões sociais e fundiárias do Nordeste brasileiro.
Caracterizado por ações violentas de grupos ou indivíduos isolados: assaltavam fazendas, sequestravam coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam comboios e armazéns, eles não tinham moradia fixa.
O cangaço pode ser dividido em três subgrupos: os que prestavam serviços esporádicos para os latifundiários; os “políticos”, expressão de poder dos grandes fazendeiros e os cangaceiros independentes, com características de banditismo.
Um famoso cangaceiro foi Lampião. Os cangaceiros conseguiram dominar o sertão durante muito tempo, porque eram protegidos de coronéis, que se utilizavam dos cangaceiros para cobranças de dívidas, entre outros serviços sujos.
Um caso particular foi o de Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, que agiu no sudeste do Brasil, no início do século XIX, tendo sido considerado justiceiro e honrado por uns e cangaceiros por outros.
No sertão, consolida-se uma forma de relação entre grandes proprietários e seus vaqueiros.
A base desta relação era a fidelidade dos vaqueiros aos fazendeiros. O vaqueiro se disponibilizava a defender (de armas na mão) os interesses do patrão.
Como as rivalidades políticas eram grandes havia muitos conflitos entre as poderosas famílias. E estas famílias se cercavam de jagunços com o intuito de se defender, formando assim verdadeiros exércitos. Porém, chegou o momento em que começaram a surgir os primeiros bandos armados, livres do controle dos fazendeiros.
Os coronéis tinham poder suficiente para impedir a ação dos cangaceiros.

O cangaceiro – Um deles, em especial, Lampião, tornou-se um personagem do imaginário nacional, ora caracterizado como uma espécie de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar ao pobres, ora caracterizado como uma figura pré-revolucionária que questionava a ordem social de sua época e região.
O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, “Jesuíno Brilhante”, que agiu por volta de 1870, embora alguns historiadores atribuam a Lucas Evangelista o feito de ser o primeiro a agregar um grupo característico de cangaço, nos arredores de Feira de Santana (em 1828), sendo ele preso junto com a sua quadrilha em 28 de janeiro de 1848 por provocar durante vinte anos assaltos contra a população de Feira. O último grupo cangaceiro famoso, porém, foi o “Corisco” (Cristino Gomes da Silva Cleto), que foi assassinado em 25 de maio de 1940. O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do então presidente Getúlio Vargas de eliminar todo e qualquer foco de desordem sobre o território nacional. O regime denominado Estado Novo incluiu Lampião e seus cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem.
Esses grupos eram integrados, na maioria das vezes, por sertanejos jagunços, capangas e empregados de latifundiários (detentores de grandes propriedades rurais). Esse movimento está diretamente relacionado à disputa da terra, coronelismo, vingança, revolta à situação de miséria no Nordeste e descaso do poder público. Os cangaceiros aterrorizavam as cidades, realizando roubos, extorquindo dinheiro da população, sequestrando figuras importantes, além de saquear fazendas.
Com o fortalecimento do cangaço, as políticas estaduais não conseguiram inibir as ações dos cangaceiros, que eram temidos pela violência e crueldade durante os ataques, sendo necessária a participação da polícia federal. Esse comportamento despertou o respeito e a admiração a vários integrantes do movimento, que eram considerados heróis por parte da população em razão da bravura e audácia. Contudo, vários sertanejos temiam os cangaceiros, demonstrando total oposição aos “bandidos”.





Componentes: Milena, Geise Kelle, Larissa, Geane, Robson e Cleide - 3º/A

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